29 de Abril

Conversa iniciada por volta das 21h, no computador. Trivial. Caminhando pra outro rumo.

Me liga, ele disse. Eu liguei. Créditos acabaram. Seria um sinal pra não continuar?

Vou te ligar no convencional, posso? Eu falo que pode. Liga.

Excitação. Palavras sussuradas. Gemidos contidos. Ah, novamente. À mercê.

Escuta uma coisa, diz ele. Volta pra mim? O coração vem parar na boca, sinto-o pulsando na minha língua. Como dizer que não? Murmuro um "humrum"... Ele diz que isso não é resposta, quer a frase completa. E eu falo com todas as letras. Consciente de como será. Consciente da divisão. Falo aquilo que estava a tanto tempo entalado aqui dentro. Eu volto pra você. Repito.

E escuto que sou amada. Que sempre fui.Que nunca fui esquecida.

Mais conversa. Lembranças. Planos. Risadas. Gemidos. Gozo.

O dia clareando, como quem nos dá boas vindas novamente.

E a vontade de não desligar, na tentativa de congelar o momento, mesmo temendo que seja outro delírio.